quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A síndrome do Peter Pan de 68

Aos 71 anos, Caetano Veloso luta para manter a pose de jovem rebelde

A geração da década de 1960 foi a pior coisa que já aconteceu ao mundo, especialmente aos países culturalmente atrasados como o Brasil. Os equívocos morais e intelectuais daquela geração até hoje resultam em doses cavalares de pasmaceira política.

Até a sociologia concorda: o mimetismo é a alma da cultura brasileira. Tudo o que soa moderno ou progressista recebe a acolhida dos artistas e intelectuais tupiniquins, sempre afoitos em mostrar que são cérebros descolados – em duplo sentido. 

Nos anos 60 a moda da intelectualidade nos países desenvolvidos consistia em desfilar pelas ruas com cartazes anunciando: “É proibido proibir” e apoiar ditadores como Mao Tse Tung e Pol Polt. 

É claro que os gênios da cultura brasileira mimetizaram as preferências ideológicas dos colegas bem-nascidos de Paris! 


Os jovens libertários de 68, na verdade, adoravam ditadores sangrentos

Não fosse a necessidade de mimetizar os jovens ricos rebeldes do Primeiro Mundo, os jovens rebeldes do Brasil talvez não tivessem embarcado no trem do comunismo. 

O esquerdismo que já era bastante equivocado naquela época – quando ainda existia União Soviética – se tornou uma prova de demência mental nos nossos dias. 

O esquerdismo burguês e os valores “revolucionários” dos socialistas ricos da classe artística brasileira hoje servem apenas para justificar o anacronismo moral das forças do status quo que não hesitam em assaltar os cofres públicos e intimidar ministros do Supremo Tribunal Federal.


  Chico fica tristezinho com o assassinato de dissidentes, mas defende Cuba 

O cantor Chico Buarque – que era o sonho de consumo das donas de casa defensoras do regime militar – assinou um manifesto de apoio a José Genoíno e outros mensaleiros condenados. Além de oferecer carta assinada para a defesa do parlamentar, Chico ligou de Paris (sintomaticamente) para estender sua solidariedade a Genoíno. 

Enquanto isso, Caetano Veloso – outro dinossauro do esquerdismo burguês, igualmente inofensivo na época da ditadura – não hesitou em declarar apoio aos grupos fascistas Black Bloc, que se infiltram em protestos para promover depredações e conflitos violentos. 


O esquerdismo burguês de Veloso e Buarque tem cheiro de múmias

Caetano Veloso achou um absurdo a proibição do uso de máscaras nos protestos de rua. É claro que ele enxerga beleza poética nos vândalos que destroem bancas de jornais e vitrines de lojas. Por outro lado, denuncia a “violência simbólica” na proibição do uso de máscaras. 

Superbacana

Como o meigo Chico Buarque, o comunista que mais adora Paris, pode ser tão canalha ao ponto de defender mensaleiros condenados por formação de quadrilha? 

Para o filho do sociólogo Sérgio Buarque de Holanda – que dizia que a democracia no Brasil é um “mal entendido” – os valores da revolução estão acima de tudo. Até de equívocos banais dos camaradas pegos em esquemas de corrupção.


Se Mao Tse Tung estivesse vivo, Chico Buarque adoraria defendê-lo! 

Em entrevista concedida à Folha, em 2004, Chico Buarque falou sobre Cuba. Ele confessou que fica “chateado” com o fuzilamentos de dissidentes, mas acha tais coisas feias necessárias para preservar os “valores da revolução”. É tão cômodo fazer tal defesa à distância, diretamente de Paris!

“É claro que me desagrada a ideia de um partido único, de liberdades vigiadas, mas existe ao mesmo tempo a necessidade de um controle para manter os valores da revolução, que a meu ver são louváveis”, declarou o meigo cantor ao repórter Fernando de Barros e Silva. 

Por sua vez, o velho baiano revelou em recente artigo publicado no jornal “O Globo” que sempre sonhou em ser “a esquerda da esquerda”. Talvez daí venha seu apoio à esquerdista light Marina Silva e, paradoxalmente, aos jovens violentamente fascistas do Black Bloc.


O Superbabaca Caetano apoia Marina Silva e os jovens fascistas do Black Bloc

Buarque e Veloso lutam para manter a pose de jovens rebeldes. É talvez inveja da múmia de Lênin, que permanece exposta para adoração eterna na Rússia.  

Os dois dinossauros do marxismo cultural dos Trópicos sofrem de uma variante perigosa da síndrome de Peter Pan: não querem crescer politicamente (como Ferreira Gullar) e tampouco aposentar seu esquerdismo com cheiro de múmia.

Em sua clássica “Superbacana”, Caetano sintetizou a postura covarde dele e de seu companheiro de museu ideológico. Para ser superbanca basta arrotar boas intenções em Copacabana, enquanto lá longe dissidentes são fuzilados e o centro do Rio é destruído por vândalos 

“Toda essa gente se engana 
Ou então finge que não vê que eu nasci 
Pra ser o superbacana

O mundo em Copacabana 
Tudo em Copacabana, Copacabana 
O mundo explode longe, muito longe...”

Nenhum comentário:

Postar um comentário