quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Odeia o Papa; goza com o Aiatolá: a vadia foucaltiana


 Vadias odeiam a Igreja Católica porque odeiam o Ocidente

A típica feminista foucaultiana é tão inteligente quanto um preservativo aroma morango. Sim, eu posso provar.  

Na “Marcha das Vadias” brazuca é possível encontrar cartazes contra o ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi. Também é possível ler declarações das autoproclamadas vadias contra o “imperialismo cultural” e o “fetichismo sexual”. 

E claro, abundam xingamentos contra o Papa Francisco, este terrível inimigo das vaginas ocidentais.

Mas você já ouviu alguma feminista tupiniquim falando sobre a iraniana Nasrin Afzali? A brava jornalista foi condenada em 2008 a seis meses de prisão e a dez chibatadas por “perturbar a ordem pública”, durante um protesto em frente ao tribunal “revolucionário” de Teerã.

Com um nome bem mais complicado, outra jornalista iraniana permanece desconhecida no Brasil: Noushin Ahmadi Khorasani. A bela e jovem ativista coordena a campanha “Um Milhão de Assinaturas” que busca a revogação das leis discriminatórias contra mulheres no Irã. Ela vive sendo presa, censurada, libertada e presa novamente. É uma rotina e tanto!

Nasrin Afzali foi condenada a chibatadas e a cadeia
Sim, existem muitas mulheres corajosas lutando no quintal dos Aiatolás. Mas, novamente, você conhecia a história delas? Recentes casos de prisões de mulheres nos distritos de Teerã foram amplamente noticiados pela mídia ocidental. Mas no Brasil nada disso foi divulgado.

Não há uma única palavra das ativistas brasileiras sobre a repressão sofrida pelas mulheres no Irã. Pode ser mero descuido. As feministas tupiniquins talvez estejam priorizando os interesses associados aos seus próprios úteros, diariamente ameaçados pelo império e o fetiche.

Noushin: a iraniana que inexiste para as feministas brasileiras

Vadias foucaultianas

Foucaultianas são amebas intelectuais à serviço do relativismo 
Ouso afirmar que não é um mero descuido, mas um esquecimento intencional. As razões são ideológicas. Eu conheci algumas donas de vaginas libertárias. E o discurso delas era sempre em código binário: o repúdio sistemático ao Ocidente e a glorificação de tudo que não é ocidental.

Fui anarquista por alguns anos (na época em que não precisava pagar minhas contas) e ainda cursei sociologia. Foi assim que conheci o feminismo pós-moderno, um subproduto do multiculturalismo (não devemos julgar a cultura alheia, por mais terrível que nos pareça).

O multiculturalismo prega que não existem critérios universais para julgar se algo é verdadeiro ou falso; bom ou ruim. Vegetarianos ou canibais, cada grupo social deve ser livre para manter internamente, entre seus membros, o seu próprio código de conduta. E o conjunto de hábitos e tradições de cada grupo fica assim moralmente imune a críticas e sanções de outros.

Foucault: libertário no Ocidente; cheerleader de teocracia no Oriente
A modinha relativista é um vírus que se espalhou pela obra de autores obscuros como Michael Foucault (1925-1984). O francês confessou em entrevista ao colega americano John Searle que escrevia “bobagens impenetráveis” para ser levado a sério pela academia francesa. A revelação está documentada no livro “Quebrando o Espanto”, de Daniel Dennet.

Foucault acusava o Ocidente de manter na sombra um aparato de vigilância para controlar e punir indivíduos. O pensador “libertário” via repressão até nas palavras. Ele estava na Tunísia, mas gozou de tesão à distância quando ocorreu a revolta de 68 em Paris. Foucault via nela uma reação ao Estado castrador que ele jurava existir em todos os níveis da vida ocidental.

E assim surgiram as vadias foucaultianas. São as fêmeas impressionáveis que aprenderam com o criador de bobagens impenetráveis que o Ocidente na verdade é uma grande prisão, e que se procurarmos bem vamos nos deparar com o Estado repressor até debaixo da cama. Há muitas delas nas ciências sociais, em constante estado de masturbação intelectual.

As vadias foucaultianas odeiam a Igreja Católica porque sabem que sem ela não existiria civilização ocidental. É este o grande inimigo das vaginas libertárias: o Ocidente. A histeria delas produz não apenas autodepreciação, mas a glorificação do “outro”, seja ele quem for. Não é difícil encontrar vadias foucaultianas elogiando alguma teocracia...antiocidental.

Sartre e Foucault no comitê de apoio a Revolução Iraniana
Até mesmo Simone de Beauvoir (1908-1986) integrou o comitê de suporte ao Aiatolá Khomeini (1900-1989), o xiita que mergulhou o Irã na teocracia que até hoje mantém um quadro de repressão e extermínio de mulheres, homossexuais e outras minorias.

A feminista fez críticas tardias ao regime e se retratou antes de morrer. Foucault também foi um embaixador não remunerado da odiosa teocracia. A diferença é que Foucault escolheu o silêncio mesmo diante das notícias de que homossexuais como ele eram perseguidos e mortos pelo seu amado Aiatolá – o libertário francês chegou a visitar o xiita iraniano nos anos 70.

Os equívocos do francês estão registrados detalhadamente em “Foucault e a Revolução Iraniana” (Editora É), de autoria da feminista iraniana Janet Afary e do sociólogo americano Kevin Anderson. 

Os autores investigam as razões pelas quais um pensador supostamente libertário virou apoiador entusiasta de um regime que se revelou um pesadelo para minorias.

Livro documenta apoio de Foucault ao Aiatolá
Não há mistério. Foucault foi coerente com sua esquizofrenia: ele rejeitava a existência da verdade, e a legitimidade de critérios universais para se chegar ao bom e ao justo. Por isso não hesitou em combater o demônio em sua casa e transar com ele na casa do vizinho.

Na cama com o inimigo

Se toda verdade é relativa, como contestar preconceitos e injustiças?

As vadias foucaultianas não estão em posição diferente: permanecem de quatro diante do Diabo. O substrato do seu discurso continua sendo o relativismo. 

Se “toda verdade é relativa”, sinto informar, é impossível contestar qualquer injustiça social. O que é injusto para o vegetariano, é perfeitamente aceitável para o canibal. Idem para a feminista e o machista.

Em seu clássico “Imposturas Intelectuais” (Editora Record) os cientistas Alan Sokal e Jean Bricmont (ambos de esquerda) desenharam para os relativistas entenderem:

Se todos os discursos são meras “histórias” ou “narrativas”, e nenhuma é mais objetiva ou verdadeira que a outra, deve-se então admitir que os piores preconceitos racistas ou sexistas e que as mais reacionárias teorias sócio-econômicas são igualmente válidos [...] Fica claro que o relativismo é uma base extremamente frágil sobre a qual fundar a crítica à ordem social.

Imposturas Intelectuais: "a merda atinge o ventilador"
Por isso os meus olhos sangram quando leio artigos de feministas foucaultianas* reabilitando o velho besteirol relativista para criticar o Ocidente malvado. Não tenho dúvidas de que uma feminista que leva Foucault a sério é tão inteligente quanto um preservativo aroma morango.

Como podem contestar as injustiças que alegam existir contra elas se tudo é uma questão de ponto de vista? Se um ocidental não pode usar critérios universais e racionais para criticar a teocracia iraniana, tampouco as feministas podem fazê-lo em relação ao Ocidente. As vadias foucaultianas são incapazes de sustentar intelectualmente qualquer crítica a qualquer coisa.

Sociedade patriarcal emancipou as vadias

Aliás, eu as desafio a subscrever a crítica implacável da feminista dissidente Camille Paglia. Ela é uma senhora corajosa que, contra moda relativista, parte de critérios universais de verdade e justiça para avaliar a situação das mulheres e minorias em todo mundo:

Se as armas nucleares fabricados no Irã acabarem nas mãos dos jihadistas e finalmente forem implantados com sucesso em nossas capitais, o Ocidente vai olhar como se tivesse cometido suicídio e merecesse cair.

Camille Paglia lembra que as vadias foram emancipadas pela sociedade patriarcal
Em “Personas Sexuais: Arte e Decadência de Nefertiti a Emily Dickinson” (sem tradução), Paglia contesta a outra face da histeria foucaultiana: o ódio ao Ocidente. A crítica feminista padrão é parecida com o desdém da dona de casa que vive comparando o marido ao vizinho:

Um dos reflexos irritantes do feminismo é o seu desdém diante da "sociedade patriarcal", para qual nada de bom nunca é atribuído. Mas é a sociedade patriarcal que me libertou como mulher. É o capitalismo que tem me dado o tempo livre para sentar-me nesta mesa e escrever este livro. Vamos parar de ser mesquinhas sobre os homens e livremente reconhecer os tesouros que sua obsessão derramou em nossa cultura.

Quando vejo as vadias deste quarteirão ocidental do mundo escarnecendo livremente dos símbolos religiosos da “opressora” Igreja Católica e criticando abertamente os nossos governos “fascistas”, lembro-me de Nasrin Afzali e Noushin Ahmadi Khorasani. Você nunca mais lerá estes nomes. 



PS.: Sou solidário às feministas que pretendem imprimir um novo “sentido valorativo” ao termo “vadia”, por isso utilizei o mesmo alegremente em todo o texto como sinal de apoio. 

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